Celular e direção é uma combinação perigosa. Entre os principais problemas de dirigir e falar ou escrever no celular estão: reduzir ou ultrapassar a velocidade compatível com o tráfego, não utilizar o retrovisor, fazer rotas erradas, avançar o sinal e até ter dificuldades em trocar de marchas.

Com o aumento da interatividade e mudanças no modo de se comunicar do caminhoneiro o usuário está sempre conectado e como consequência utiliza cada vez mais o aparelho. É importante ressaltar que digitar ou ler uma mensagem ao celular é tão arriscado quanto atender.

A multa para quem insiste misturar celular e direção é  considerada gravíssima e o motorista arca com R$ 293,47 mais sete pontos na carteira, conforme cita o Código de Trânsito Brasileiro. Nessa situação o veículo se torna uma arma que pode resultar em acidentes com vítimas. Prova desse descaso é o número de motoristas que receberam multas por utilizarem o celular enquanto dirigiam

Alguns especialistas garantem que com o celular no ouvido o condutor reage de forma mais lenta, dificilmente olha para o retrovisor, assume uma trajetória errática na via, reduz ou ultrapassa a velocidade compatível com o tráfego. Além de outras infrações – como avançar o sinal, não conseguir para trocar de marchas ou simplesmente não ver as placas de sinalização no trânsito – que podem desencadear um acidente.

A Abramet alerta que no Brasil a cada hora é registrado 30 infrações de trânsito pelo uso do celular.

Recomendações para um trânsito mais seguro:

1 – Desligar o celular ao assumir o volante: Entre 90 e 95% das informações necessárias para administrar riscos estão relacionados a visão. Ao desviar o olhar para atender o celular ou tocar o visor do aparelho o motorista inicia um voo cego.

2 – Em caso de não poder desligar, não faça e nem atenda ligações enquanto estiver dirigindo. Ao receber ou ter que fazer uma estacione em local seguro, resolva o problema e continue o caminho.

Uso de celular e direção também comprometem o relacionamento na estrada

O avanço da tecnologia trouxe muitas mudanças positivas para o segmento de transporte. Os caminhões ficaram mais modernos e confortáveis e todos os processos burocráticos envolvendo pagamento de frete, pedágio ficaram rápidos e seguros. Os meios de comunicação também evoluíram, e apesar de também trazerem algumas facilidades, provocaram mudanças no hábito dos motoristas.

Antes da invasão dos smartphones, por exemplo, o Rádio PX era o principal equipamento utilizado pelo motorista para se comunicar com os outros colegas e ser alertado sobre algum imprevisto como acidente ou congestionamento na estrada. Hoje, tudo é mais rápido.

Recentemente a pesquisa Perfil do Caminhoneiro, promovida pela CNT (Confederação Nacional dos Transportadores) revelou que do total de 1066 motoristas entrevistados, 98% utilizam o celular para acessar a internet e se informarem e 90% acessam a internet diariamente.

Além disso, os motoristas participam de grupos de conversa em aplicativos para se comunicarem tanto com familiares quanto com os colegas de profissão e através deles combinam paradas em postos, e divulgam informações importantes para o dia a dia da profissão.

Dados da pesquisa sobre o retrato do motorista, realizada pela SK Cia da Informação, em parceria com a Revista O Carreteiro, revelou que 98% dos entrevistados conversam pelo WhatsApp. O uso desse aplicativo é tão eficiente e frequente que foi uma das ferramentas mais importantes na articulação da greve que parou o País maio do ano passado.

Apesar dessas ferramentas facilitarem o dia a dia dos motoristas, elas trouxeram também mais individualização na estrada. É comum encontrar nos postos de rodovia os motoristas isolados nos seus celulares, negociando um frete, assistindo a vídeos de entretenimento ou conversando com a família.