Por João Geraldo

Iveco acaba de inaugurar o seu campo de provas construído ao da fábrica, no município de Sete Lagoas/MG. Resultado de investimento de R$ 24 milhões trata-se da concretização do projeto da montadora de ter seu próprio campo de provas para avaliar os modelos que produz, os quais, até então, eram testados e avaliados em pistas particulares. “Estamos buscando melhorar nossos produtos e atender nossos clientes. Esta pista vai nos ajudar bastante”, disse Marco Borba vice-presidente da Iveco para a América Latina.

Ainda de acordo com Borba, a expectativa é de realizar mais de três mil testes por ano, acrescentando que o objetivo principal é que a marca se torne cada vez mais competitiva. Ele afirma que de tão completa que é a estrutura, ela será utilizada também para a validação de veículos comercializados pela Iveco em outros países da América Latina. “A fábrica de Sete Lagoas é uma das mais completas da Iveco, porque nela produzimos todos os tipos de veículos”, acrescentou.

O diretor de desenvolvimento do produto para a América Latina, também responsável pela obra, Darwin Viegas, conta que a ideia era trazer para dentro de casa as avaliações de modelos da marca testadas em pistas contratadas para esta finalidade. Conforme explica, ter o próprio campo de provas significa – entre outros benefícios – economia de custos e de recursos, além de impor mais qualidade e confiabilidade aos processos de validação dos produtos.

“Vamos fazer avaliações completas de todos os produtos da marca”, diz. Darwin detalha que o campo de provas conta com três pistas: de Alta Velocidade, com 1.650 metros de extensão, para simulação de situações reais de uso do veículo; de Medição de Ruídos (permite ter noção exata do nível de conforto acústico) e Pista de Frenagem, Suspensão e Direção. “Este circuito se compara a outras estruturas do mesmo gênero que a Iveco mantém na Alemanha e na Itália e ao logo do tempo nosso plano é somar novas formas de testar os veículos nesse espaço”, conclui.

O investimento no campo de provas está dentro de um pacote de R$ 650 milhões da Iveco para o período de 2014 a 2016. Marco Borba diz que a meta é posicionar a marca num lugar de destaque e merecido no mercado brasileiro de veículos comerciais. Além da pista de testes a empresa está trabalhando no aprimoramento de processos industriais e também na busca de maior nível de nacionalização de componentes, além de outras ações.

De acordo com o diretor de marketing da companhia no Brasil e América Latina, Ricardo Barion, a empresa está investindo para estar preparada para o momento em que o mercado voltar a andar. Ele estima que o mercado total de caminhões deva encerrar este ano com 96 mil unidades, sendo a queda maior dos modelos pesados, a qual deverá ser de 53 a 54% e que a meta da Iveco é chegar a 8,5% de participação, com veículos acima de 3,5 toneladas de PBT.

Campo de provas

O campo de provas da Iveco começou a se tornar realidade em 2011 e aos poucos a estrutura foi tomando forma. A primeira fase teve início com a pista de durabilidade acelerada, utilizada para analisar e evitar danos em componentes e na estrutura dos veículos. O anel de alta velocidade, a pista de teste para ruídos e o circuito planejado para testar veículos comerciais – além das linhas para o transporte de passageiros – vieram em seguida. Em paralelo, foi construída também a área para teste do Guarani (veículo militar produzido pela Iveco).

Esta área conta estrutura para a realização de testes específicos solicitados pelas forças armadas, tais como obstáculos verticais de fosso com água para prova de navegabilidade. Também fazem parte deste complexo uma área plana para ensaios dinâmicos, pista de inclinação lateral de 20%, rampas com inclinações de 12%, 20%, 24% e 60% e fosso seco com 1,2m de profundidade. Segundo engenheiros da Iveco, os obstáculos servem para comprovar a capacidade de partida em rampa, potência em trechos íngremes, durabilidade do freio de estacionamento e da embreagem.