Por Evilazio Oliveira
Durante a jornada de 45 anos pelas estradas junto aos motoristas de caminhão por rodovias boas e ruins, a Revista O Carreteiro enfrentou períodos difíceis, decepções, alegrias e acompanhou as mudanças do setor do transporte rodoviário de cargas. Presença constante nas cabines, mãos e bolsos dos estradeiros, a publicação esteve sempre presente e procurou destacar informações de interesse da categoria, conforme lembram profissionais mais antigos no trecho.
É o caso de Pedro Paulo Dutra, natural de Osório/RS, com 62 anos de idade e 44 de profissão, que conheceu a Revista quando ainda era muito jovem e com pouca experiência de estrada. Hoje, como presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens de Uruguaiana/RS, ele continua na atividade, porém fazendo viagens mais curtas, apenas nas redondezas. Considera O Carreteiro uma fonte muito útil de informação para os estradeiros, constituindo-se numa leitura quase obrigatória para uma categoria tão homogênea.
Outro admirador da publicação é o sócio-proprietário da Fast – Transportes e Comércio Ltda., Selsso Mott Bairos, 64 anos de idade e 46 anos como motorista e empresário do setor. Lembra que conheceu a Revista O Carreteiro no Posto Cupim, em Curitiba/PR. No começo não deu muita importância, porém, após algumas leituras acabou gostando e logo se tornou um grande admirador da publicação. Lamenta que não esteja disponível na maioria dos postos dos Estados do Sul ou mesmo na Argentina e Chile, para onde viajam centenas de motoristas brasileiros. E aproveita para sugerir uma página com horóscopo, “já que não sai de casa sem ver o que os astros lhe reservam.”
O carreteiro Joel Leges, conhecido no trecho como Pelincho, natural de São Borja/RS, tem 46 anos de idade e 19 de profissão, e viaja entre São Paulo e Buenos Aires/AR em seu próprio caminhão fabricado em 1991. Conheceu a Revista quando começou a viajar e desde então procura acompanhar todas as edições, mesmo que precise pedir emprestado a algum colega. Gosta principalmente das reportagens sobre as coisas que acontecem na estrada, as novidades tecnológicas dos novos caminhões e da seção de recados. Afirma que é uma leitura obrigatória para os motoristas e uma presença importante na boleia.
Na opinião de Valter Adair Maicá, natural de Santa Rosa/RS, estradeiro de 55 anos de idade e 35 de profissão, a Revista O Carreteiro é de extrema utilidade para os motoristas de caminhão, mostrando o dia a dia das estradas, as dificuldades, testes de caminhões, e até lazer com a seção de recados, bate-coração e as histórias em quadrinhos do Zé e do ajudante Jesuino. Segundo ele, a publicação também ajuda na integração da categoria, já que publica a opinião de motoristas de várias partes do País, onde as realidades quase sempre são muito diferentes. Para ele, a publicação é uma companheira inesperável, principalmente quando espera a liberação nas aduanas ou para carga ou descarga nas transportadoras. Dono de um caminhão baú ano 2006, agregado de uma grande transportadora, ele viaja entre Betim/MG e Buenos Aires/AR e afirma que dificilmente tem problemas com cargas.
A jornalista e doutora em Comunicação Social, Izani Mustafá, 54 anos de idade e 30 de profissão, bolsista na UERJ (universidade Estadual do Rio de Janeiro), afirma que a Revista O Carreteiro é a comprovação de que é possível fazer um jornalismo especializado com qualidade, responsabilidade e ética. Segundo ela, o compromisso de levar a informação aos motoristas de caminhão que nasceram em 1970, quando a publicação foi lançada, se fortaleceu ao longo de seus 45 anos. “A Revista O Carreteiro começou a ser editada em um dos períodos mais difíceis do Brasil e, certamente, contribuiu para atingir uma categoria que não estava tão organizada e, ao mesmo tempo, carecia de informações especificas para o setor”, acrescenta.
