Por Daniela Giopato

Todo carreteiros sabe que deve estar preparado para qualquer imprevisto na estrada. Porém, entre os meses de maio e setembro, período em que a incidência de queimadas em pastos e matas próximas às rodovias – e também de neblina – torna-se constante, o cuidado deve ser redobrado.  Ocasionado pela baixa umidade do ar, os dois fenômenos naturais representam um fator de risco e exige maior atenção dos carreteiros ao trefegar sob tais condições.

Com menos visibilidade da estrada, recomenda-se manter distância do veículo da frente, ligar o farol baixo e não parar em pista de rolamento para promover mais segurança ao transitar por trechos com neblina ou fumaça de queimadas. O objetivo é tentar reduzir o risco de colisões traseiras e contra obstáculos fora da pista (muretas de proteção, postes de sinalização e guard-rails, por exemplo) e também de atropelamentos, muito comuns nesse período. O pisca alerta nunca deve ser ligado com o veículo em movimento, porque sugere que o veículo esteja parado e quebrado na faixa de rolamento.

De acordo com levantamento realizado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), entre 2011 e 2013, o número de incêndios à beira das estradas nos meses de inverno chega a atingir entre 50% e 60% de todas as ocorrências registradas ao longo do ano. Portanto, é importante o carreteiro ter atitudes preventivas como evitar fumar no interior do veículo e jogar bitucas de cigarro pela janela ou qualquer outro material ou objeto.

estradaUtilização do fogo para limpeza de terrenos, queima de lixo, fogueiras e balões também são ações que devem ser evitadas.  Quando o motorista se deparar com queimadas na rodovia deve ter a precaução de fechar o vidro do veículo, já que a fumaça pode irritar os olhos e agravar ainda mais o problema. Outra providência é não parar na pista ou no acostamento.  Além disso, não se deve estacionar em locais isolados, perto de vegetação e muito menos próximo aos focos de incêndio. Se houver como, avisar a concessionária responsável pela rodovia, a Polícia Ambiental ou o Corpo de Bombeiros.

A falta de visibilidade provocada pela neblina, também dever ser levada em consideração pelos condutores durante o período de inverno. Especialistas em acidentes acreditam que nesta época do ano há um aumento significativo no número de colisões, por isso orientam os motoristas a redobrarem a atenção e seguir as recomendações de segurança. Uma das causas mais perigosas de colisões no trânsito ou em vias rápidas é o engavetamento, geralmente provocado por erro ou imprudência de um ou mais motoristas. A presença de neblina amplia esse risco, portanto é preciso adotar um comportamento preventivo e aumentar o grau de atenção mental e visual ao dirigir.

O uso de faróis altos pode prejudicar ainda mais a visibilidade no caso de neblina, sendo o ideal dispor de autênticos faróis de neblina, pois, sua altura máxima de 30 cm acima da pista oferece maior eficácia se comparado ao farol baixo, que deve ser utilizado sempre, principalmente nesta situação. Assim, antes de sair para uma viagem é prudente fazer uma inspeção do sistema elétrico do caminhão (faróis, lanternas e luz de freio) e manter as faixas refletivas em bom estado de conservação, porque proporcionam maior visibilidade do veículo.

A assessoria da Artesp ressalta que em situações de neblina o motorista pode deixar a janela aberta – ainda que parcialmente – e ficar atento a sinais sonoros externos que possam indicar uma situação atípica à sua frente (como buzinas e som de colisão). A audição, nesse caso, serve como complemento da visão, prejudicada pela névoa. Ao manter a janela aberta, o motorista evita também que os vidros embacem. Porém reforça que, tanto nas situações de neblina quanto nas de queimadas, se o motorista julgar que não há condições de visibilidade para prosseguir a viagem com segurança, o ideal é estacionar em um local seguro e esperar as condições da pista melhorarem.

Campanha Operação Corta Fogo

A Artesp, em parceria com as concessionárias e ações conjuntas com a Secretaria do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e outros órgãos, promove campanha de conscientização dos motoristas que integra a Operação Corta Fogo, que este ano estendeu o período de vigência em um mês. Diferente de 2013, quando as ações foram desenvolvidas de junho a setembro, este ano a operação irá até o fim de outubro por causa da previsão de um período de seca ainda maior do que nos anos anteriores. Em 2013, os resultados da Operação Corta Fogo nas rodovias sob concessão apresentaram redução de 11,68% de casos  em relação a 2012, entre junho e setembro. Em 2012 os registros apontaram 3.208 queimadas no período, ano passado foram registrados 2.833 nos mesmos meses.