Caixa de câmbio automatizada de 10 marchas, com diversas funções que favorecem a redução do consumo de combustível, e motores com nova calibração fazem parte do pacote de inovações da nova família de caminhões médios e semipesados da Iveco, agora identificada como Tector Auto-Shift
Por João Geraldo
Quem também tem produto novo na prateleira é a Iveco. A marca italiana está apresentando ao mercado os novos modelos da linha Tector que trazem como principal novidade a transmissão automatizada. A montadora era a única entre as grandes que não dispunha ainda dessa tecnologia no segmento de semipesados, o qual representa atualmente perto de 30% do total de caminhões licenciados no País. Ano passado, 20% dos modelos 6X2 e 8×2 emplacados foram com caixa automatizada, volume que reforça a tendência de automatização na faixa intermediária de carga.
Identificada como Tector Auto-Shift – em razão da unidade automatizada Eaton de 10 velocidades -, os novos produtos atendem a variadas aplicações, nas versões 170E30 4X2, 240E30 6X2 e 310E30 8X2.
Um dos principais diferenciais da nova versão do Tector está na integração entre o câmbio automatizado e o motor N67, afirma o diretor de Marketing da companhia para a América Latina, Ricardo Barion.
Produzido pela FPT, esse motor de 300cv tem seis cilindros em linha e torque máximo de 1.050Nm. Ele chega nos novos modelos Tector Auto-Shift com uma nova calibração que possibilitou trocas de marchas serem feitas em até 60% mais rápidas. Com isso se evita quedas na rotação melhorando o desempenho e a média de consumo de potência.
Barion, acrescenta que a Iveco foi ouvir motoristas de caminhão para desenvolver modos exclusivos para o Tector automatizado. O objetivo, foi aumentar o conforto, eficiência e segurança dos veículos nas mais diversas operações. O resultado é que a transmissão do Auto-Shift dispõe de certas inovações que tornaram a linha Tector mais competitiva, conforme destaca Barion.
Um exemplo dado por ele é o pedal do acelerador progressivo, que permite ao carreteiro encontrar facilmente a melhor faixa de torque do motor. “É um recurso útil que proporciona uma condução mais econômica, especialmente em subidas”, explica.
Além de funções já conhecidas no mercado (assistente de partida em rampa que mantém o caminhão parado por três segundos; o ASR que não permite que as rodas girem em falso e a função “modo manobra”, que permite ao motorista movimentar o caminhão em velocidade baixa e constante em manobras) a transmissão automatizada do Tector Auto-Shift conta também com outros recursos.
O Kick Down é uma delas. Quando o motorista pisa fundo no acelerador, a transmissão reduz uma marcha e aumenta o giro do motor. Outra é a função Skip Gear, que dependendo da carga, velocidade e inclinação da pista, as trocas de marchas são realizadas automaticamente fora da sequência convencional para proporcionar economia de combustível.
Outro recurso do veículo, identificado como Down Hill tem efeito em descidas de ladeiras suaves, sem o uso do freio. Mesmo sem o motorista pisar no acelerador, automaticamente o veículo engata a 10ª marcha, também visando a economia de combustível. Já a função Power Auto permite aumento da velocidade do caminhão acionando o botão lateral da alavanca da troca de marchas por três segundos. Esta ação muda o tempo da troca de marchas e eleva a rotação mais rapidamente a 2.500rpm.
É um tipo de botão Sport, como em carros de passeio, mas nesse caso ela é desabilitada automaticamente após um minuto para não haver aumento no consumo de combustível. O Auto Coast, por sua vez, é um recurso que entra em operação nas situações em que o caminhão trafega em descida leve ou trecho plano e estiver reduzindo velocidade e marchas. Ao engatar a 5ª marcha, a transmissão aciona automaticamente a embreagem e deixa o veículo na banguela (até transpor um quebra-molas, por exemplo) e logo em seguida retoma a velocidade na marcha correta.
O diretor de Marketing da companhia para a América Latina, Ricardo Barion, reforça que o trem de força formado pelo motor FPT N67 e a transmissão automatizada Auto-Shift tornou a nova linha Tector mais eficiente e pronta para dar conta de entregas comerciais menores até operações fora de estrada. “Esses caminhões atendem os clientes que costumam passar muito tempo dentro do caminhão, uma vez que um motorista chega a fazer de 400 a 800 trocas de marchas por dia, dependendo da aplicação”, completou.
O conjunto todo foi preparado para aproveitar o melhor da transmissão, de 10 marchas, aproveitando bem o desempenho do motor. Essa caixa possui também uma “super reduzida”, que garante tranquilidade ao motorista para arrancar em situações adversas, mesmo com o caminhão carregado.
O vice-presidente da Iveco para a América Latina, Marco Borba, lembrou que utilização da transmissão automatizada é uma tendência que começou no segmento de pesados e está ganhando cada vez mais força também entre os semipesados. Sua expectativa é que os novos produtos da linha Tector com transmissão automatizada elevem a participação da Iveco no mercado brasileiro.
