Inaugurada recentemente, a BR-448, ligação entre Novo Hamburgo/RS e a capital do Estado, se destaca entre os motoristas de caminhão como uma obra que agilizou o trânsito entre as duas cidades, principalmente por ser uma opção à congestionada BR-116 no trecho metropolitano de Porto Alegre

Por Evilazio de Oliveira

Construída com a intenção de desafogar o caótico trânsito na BR-116, entre Novo Hamburgo e Porto Alegre/RS, a BR-448, conhecida como Rodovia do Parque, faz a interligação entre quatro municípios da região metropolitana, favorecendo o transporte de cargas, e de veículos menores, que seguem das regiões da Serra e do Vale dos Sinos com destino ao porto de Rio Grande, países do Mercosul ou centro do País através da BR-101, via litoral.
Inaugurada em 20 de dezembro de 2013, a estrada começa em Sapucaia do Sul (BR-116) e termina na BR-290, a free-way, junto à Arena do Grêmio onde, por falta de obras complementares há afunilamento do trânsito com novos problemas,  conforme previam especialistas. A rodovia tem 22,34 quilômetros de extensão, com três faixas de rodagem em cada sentido e 16 obras de arte, sendo 2,62 quilômetros da rodovia elevada sobre o Delta do rio Jacuí. A ponte estaiada na entrada de Porto Alegre tem 268 metros de comprimento.
Considerada de grande importância econômica para o Rio Grande do Sul, a obra custou mais de R$ 1 bilhão, necessitando reassentar 599 famílias e indenizar 149 propriedades. De acordo com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), o fluxo diário é de 37,5 mil veículos, reduzindo em 40 por cento o fluxo de tráfego na BR-116. Considerada de grande importância econômica para o Rio Grande do Sul, a estrada foi inaugurada em 20 de dezembro, na ocasião ainda faltando a conclusão de diversos itens do projeto, alguns ligados à segurança nas alças de acesso à rodovia. Menos de um mês após a inauguração, um caminhão tombou numa dessas alças.

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Na opinião do autônomo Sérgio Antônio Dapper, 52 anos, 25 de profissão, natural de Ernestina/RS e dono de caminhão trucado ano 73, a estrada está muito bonita, se constituindo numa verdadeira “mão na roda” para quem precisava utilizar a BR-116 na região metropolitana de Porto Alegre. Segundo ele, os problemas no trânsito resultam numa perda de tempo incrível, chegando a demorar mais de duas horas para percorrer um trecho de poucos quilômetros. Moderna e com três pistas de cada lado, a obra certamente alivia um pouco o trânsito na 116.

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O estradeiro Luzardo Sala Scheffer, 49 anos de idade e 30 de direção, natural de São João do Sul/SC – divisa com o Rio Grande do Sul -, dono de um trucado, ano 2010,  gosta de “trabalhar na volta”. Normalmente ele carrega no Polo de Triunfo para Joinville, Blumenau ou Curitiba, saindo no final da tarde e já enfrenta problemas de trânsito ainda na BR-386.  Na ocasião em que foi entrevistado ele ainda não havia  utilizado o desvio pela BR-448  – para evitar o tráfego na entrada de Porto Alegre  – e entrar na free-way mais adiante, utilizando outra rodovia estadual. Isso porque primeiro precisava consultar a empresa administradora do rastreador de bordo sobre a alteração da rota, pois temia que o caminhão fosse bloqueado e parasse no meio da rodovia. Mas, garante que estava curioso para conhecer os benefícios da nova estrada, conforme os colegas tinham comentado.

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Jair Roberto Schroeder, o Alemão, como é conhecido, tem 64 anos de idade e 47 de profissão. Natural de Chapecó/SC, e dono de um cavalo-mecânico ano 98. Ele deixou de  fazer viagens longas para ficar mais perto da família e passou a rodar somente nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Lembra que entrar na região metropolitana de Porto Alegre pela BR-116 foi sempre um transtorno.
O trânsito intenso, sobretudo nos horários de pico, acabava trancando tudo, principalmente na região de Canoas. Mas com a alternativa de desviar pela BR-448, a possibilidade de entrar na cidade ou seguir para outras rodovias ficou muito fácil, salientou, não deixando de elogiar a qualidade do asfalto, a iluminação, as três pistas, o acostamento e até mesmo a paisagem ou a moderna ponte construída sobre o rio Gravataí. “Tudo muito lindo, eliminando aquele problema terrível que fazia a gente perder muito tempo num para e anda sem fim”, ressaltou. “O trajeto de Novo Hamburgo a Porto Alegre pela BR-116 era um inferno mas, agora,  em Sapucaia do Sul eu entro na BR-448 e sigo viagem para o Litoral, Sul ou Oeste do Estado com tranquilidade, numa estrada boa, nova e sem congestionamentos”, concluiu.

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Gaúcho de Porto Alegre Valdomiro Garcia Olgini, 68 anos de idade e 50 de profissão, e atualmente morando em Nova Santa Rita, na região metropolitana, garante que essa estrada favorece muito a vida do carreteiro, com uma “enorme economia de tempo” referindo-se aos congestionamentos de trânsito na BR-116. Dono de um cavalo-mecânico ano 88 com carreta, ele viaja, preferencialmente, para Curitiba/PR, transportando carga geral. Diz que além de servir como desvio dos congestionamentos da BR-116, a nova estrada está muito bonita, bem iluminada e, importante, sem pedágio. Acredita que possam ocorrer problemas no futuro com o afunilamento do trânsito nas proximidades da Arena do Grêmio, que vai afetar mais aos condutores de veículos que pretendam entrar na cidade de Porto Alegre. Para caminhões que seguem para outras localidades, nenhum problema, garante.