Com capacidade para até 3,5 toneladas de PBT, o Fiat Ducato está de volta ao mercado brasileiro para disputar a preferência de clientes com foco em diferentes operações urbanas, mercado que conta com veículos de diversos fabricantes

Por João Geraldo

Produzido no Brasil entre 2000 e 2016 na fábrica da Iveco, em Sete Lagoas/MG, o Fiat Ducato está de volta ao mercado brasileiro com uma família de veículos importados do México. Trata-se da 5ª geração global do modelo que concorre na faixa de até 3,5 toneladas de PBT. Com versões furgão e passageiros, além da opção chassi-cabine, que traz com ela opções para diferentes transformações, aplicações e serviços.

Bastante diferente e muito mais avançada que a versão anterior – produzida por 16 anos no País nas configurações de van de passageiro e furgão de carga – trata-se de um novo projeto para os brasileiros, do qual apenas o nome lembra o modelo antigo. A família Ducato já está nas concessionárias Fiat, disponibilizada em 13 versões. São elas três furgões (curto, médio e longo), uma chassi-cabine, duas ambulâncias (UTI Longa e Simples Remoção), cinco opções para passageiros e duas versões Multi para o transporte de passageiros.

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A família de furgões conta com variadas capacidades volumétricas e diferentes medidas de entre-eixos

Em todas as configurações o Ducato é equipado com motor FPT turbo diesel de 2,3 litros, 130cv a 3.600rpm e torque de 32,7 mkgf a 1.800 rpm. Trata-se de um engenho bem próximo ao do modelo produzido no Brasil, que tinha motor de 2,3 turbo diesel multijet de 127cv e 32,6 kgfm de torque 1.800rpm. A caixa de transmissão, com seis marchas, conta com quatro opções de limitação de velocidade (80, 90, 100 e 120 km/hora), com calibragem feita na concessionária.

Outros detalhes dos veículos passam pela câmera de ré – opcional – instalada na parte superior do veículo; assistente de rampa; sensor de estacionamento; rádio, além dos obrigatórios por lei ESC (controle de estabilidade) e ABS (sistema antiblocante de freio). O painel inclui entrada de cabo USB, porta copos, celular, prancheta retrátil, bandeja multiuso e banco do motorista com diversas regulagens, inclusive de altura, assim como diferentes posições do volante.

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Ducato chassi-cabine é uma das novidades da marca no mercado brasileiro

Assim como os concorrentes, a nova família Ducato disponibiliza furgões em diferentes dimensões. A versão Cargo L1H1 (teto baixo) tem capacidade para 7,5m3; e a teto alto 8,0m3, ambas com entre eixos de 2.850mm e 3.000mm. A L2H2, Cargo Médio, tem capacidade de 9,0m3 (teto baixo) e 10,0m3 (teto alto), com entre eixos de 3.200mm e 3.300mm. Já a versão L4H2 Maxi Cargo é disponível somente com teto alto e sua capacidade é de 13m3, com entre eixos nas medidas de 3.700mm e 4.035mm. Em todos os furgões as portas traseiras abrem até 270 graus. E a versão chassi-cabine, denominada L3H1, tem entre eixo de 4.035mm e 5.998mm de comprimento total.

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O gerente de vendas do Fiat Ducato, Paulo Goddard, destacou o espaço interno da cabine e a visibilidade, ambos maiores que o modelo anterior. Ele acentuou também a diversidade de espaços porta-objetos e a ergonomia idêntica à dos automóveis de passeio, além do silêncio interno com o veículo em operação. Outros itens listados por ele são o farol alto – fora da zona de colisão – para-choques dianteiro e traseiro modulares.

Todas as versões do novo Ducato oferece garantia estendida de até dois anos (plena ou parcial); pacotes de duas a cinco revisões programadas; serviços de conveniência que englobam pacotes de manutenção tabelados e assistência 24h. Conta também benefícios de reboque, socorro mecânico e serviços complementares . Disponibiliza também uma linha de acessórios com 29 itens desenvolvidos pela Mopar – empresa que atende proprietários de veículos das marcas do grupo FCA – Fiat Chrysler Automobiles ao redor do globo.

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Por tratar-se de um produto moderno, a Fiat aposta em pontos como a tecnologia, espaço, conforto, rede de concessionários etc, entre outros itens para conquistar, ou reconquistar compradores para o Ducato.

Juliano Rossi Machado, responsável pelo marketing do Ducato, destaca que todas as versões têm preço abaixo de concorrentes de peso como a Renault, Mercedes-Benz e Hyundai. Juntas, as três marcas comercializam cerca de 15 mil unidades/ano. A Fiat, por sua vez, almeja vender 6.000 unidades. Machado acredita que o mercado de veículos comerciais para até 3.750 kg de PBT tende a fechar esse ano com 23 mil unidades emplacadas.

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Montadora aposta na tecnologia, espaço, conforto, rede de distribuidores e atendimento pós-vendas, entre outros itens, para atrair compradores para seus novos veículos comerciais

Uma das armas é o menor preço dos produtos em relação ao Mercedes-Benz Sprinter e Renault Master, seus principais concorrentes, chegando a ser acima de R$ 16 mil reais dependendo do modelo. Anunciados no lançamento, os preços vão de R$ 108.500,00 (chassi-cabine) a R$163.900,00 do minibus extralongo. Toda a linha já está disponível na rede de concessionários desde o mês de fevereiro deste ano.

Outro ponto em relação à família Ducato destacado pelo pessoal de vendas da Fiat é a assistência técnica em mais de 200 oficinas espalhadas pelo Brasil e planos de revisão programada que podem ser inclusos no financiamento do veículo. Garantia estendida com serviços 24 horas e revisão sob medida, entre outros itens, também entram na conta.

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IMPORTAÇÃO E PRODUÇÃO

A família Ducato nasceu na Itália em 1981 e chegou ao Brasil em 1998.

Os modelos eram importados e naquele ano foram comercializadas 2,7 mil unidades no País. Quando começou a ser produzido no Brasil, sua linha de montagem era compartilhada com o Peugeot Boxer e o Citroën Jamper, todos os três fabricados com a mesma plataforma, fruto de uma parceria com o Grupo PSA.

Quando o grupo Fiat decidiu pelo encerramento da produção em Sete Lagoas/MG, havia ainda um grande estoque de modelos nas concessio-nárias a serem comercializados nos próximos meses. Na ocasião, a diretoria da Fiat disse que a empresa não estava tirando o veículo do mercado brasileiro em definitivo, pois tratava-se de uma estratégia comercial e que o modelo voltaria a ser vendido, embora na ocasião não houvesse ainda a decisão de onde viria (JG).