Vendas de caminhões pesados em crescimento, contratação de funcionários e previsão de fortalecimento da indústria e a consequente geração de cargas são algumas das razões que alimentam o otimismo da Volvo sobre o mercado de caminhões em 2018

Por João Geraldo

Aumento do quadro de funcionários, com 250 contratações a partir do final de 2017, e a abertura de um segundo turno de trabalho – em razão da necessidade do aumento da produção de veículos pesados – é um dos sinais positivos da Volvo de que a economia do Brasil começou a sair do túnel para voltar a acelerar. Depois de as vendas terem sofrido vertiginosa queda em torno de 70% a partir de 2014, finalmente a recuperação da indústria de caminhões e do setor de transportes em geral têm sido consenso na expectativa dos fabricantes do setor.

Assim como todo o mercado, não há qualquer ilusão de haver grandes avanços no volume de emplacamentos este ano, porém, ninguém duvida de que o segmento de caminhões acima de 30 toneladas deverá avançar 30% em relação a 2017. As expectativas estão apoiadas em fatores como o andamento da economia do País, o resultado do emplacamento de caminhões a partir da Feira Nacional do Transporte, a Fenatran, realizada em São Paulo, no mês de outubro passado, taxas de juros e necessidade da renovação de frota, entre outras razões.

Na Volvo, os maiores motivadores desse início de recuperação estão na expectativa de crescimento do mercado de caminhões pesados, estimado, por exemplo, no mínimo 30% em relação a 2017, e na retomada da indústria e da economia, conforme dis­se o presidente do Grupo Volvo na América Latina, Wilson Lirmann, ao falar sobre as contratações e a ex­pansão da produção de caminhões no complexo industrial de Curitiba/PR.

Lirmann destacou também fatores como crescimento no volume de emplacamento de modelos pesados durante o ano passado. Foram 5.044 unidades Volvo  em 2016, as quais garantiram 26,9% de participação no segmento e a liderança da marca pelo quarto ano consecutivo no mercado brasileiro.

O executivo ressaltou também o crescimento de 27,6% nas exportações de modelos da marca, com o envio de 4.287 para três países da América do Sul, sendo 1.825 unidades para a Argentina, 1.450 para o Peru e outras 1.012 para o Chile.

“Da produção total da Volvo em 2017, 55% ficaram no Brasil e 45% foram exportados”, acrescentou.

Ainda de acordo com o presidente do Grupo Volvo na América Latina, 2017 foi um ano bom para o Grupo em todo o mundo, “o melhor da história” conforme disse ao relatar vendas globais de 112 mil caminhões nos 90 países aonde a marca atua e crescimento de 11% no faturamento.

No caso do mercado brasileiro, o reflexo da retomada do mercado de caminhões teve início na Feira Nacional do Transporte (Fenatran) conforme lembrou o diretor comercial da companhia, Bernardo Fedalto Jr. Ele acrescentou que a recuperação da indústria é um dos fatores que contribuirão para o crescimento das vendas de pesados este ano. “A partir de agora haverá necessidade de transporte e além disso a frota de caminhões está mais velha”, concluiu.

Já no segmento de semipesados, formada por caminhões na faixa de 16 a 30 toneladas de PBT (modelos da linha VM), a Volvo amargou retração acima de 30% no volume de emplacamentos. Fedalto justificou a queda como uma decisão da empresa em dar maior ênfase aos modelos pesados, por estarem no segmento com maior volume de participação no mercado. Com isso, a linha FH atingiu o volume de 4.505 unidades emplacadas durante 2017.