Por João Geraldo

O aumento da capacidade de carga em 1,5 tonelada do cavalomecânico mais pesado da Ford e o lançamento de um modelo leve para operação em centros urbanos, com 7,7 toneladas de PBT tornam a montadora mais competitiva no mercado de caminhões

Dona de uma participação superior a 20% do mercado brasileiro de caminhões, a Ford acaba de ampliar sua linha de produtos com dois novos modelos da família Cargo. Trata-se do C 712, um veículo leve com PBT de 7,7 toneladas, que chega para disputar espaço no segmento de entregas urbanas e outros tipos de aplicações que exijam caminhões de pequeno porte. O outro é o pesado 4532e MaxTon, uma evolução do cavalo-mecânico 4432, que recebeu algumas modificações técnicas e ganhou capacidade para transportar 1.550kg a mais de carga elevando seu PBTC para 45 toneladas.

O lançamento dos dois modelos – um para cada ponta do mercado – deverá contribuir para a Ford reverter uma situação identificada “Região São Paulo”, que inclui algumas cidades do interior do Estado, a qual aponta uma queda de vendas nos modelos leves e pesados. De acordo com Cláudio Terciano, gerente de marketing e vendas da Ford caminhões, o novo caminhão leve da marca tem como concorrente de seu segmento o Mercedes-Benz 710 (com participação de 66,9%), Volkswagen 8.120 (27,6%) e Iveco Daily, com 5,6% do mercado.

Equipado com motor Cummins B 3.9 Euro 3, um engenho mecânico de 3,9 litros que gera 120cv de potência a 2.800 rpm, o veículo chega com o preço sugerido de R$ 90.427,00. A caixa de marchas é Eaton FSO 4405, com cinco velocidades à frente e uma à ré. “O C 712 tem espaço no mercado”, resume Cláudio Terciano, ao citar as vantagens do modelo. “Este caminhão nasceu para atender as necessidades do mercado”, acrescenta Strauss Rossi da engenharia de produto.

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O C 712 é disponível em duas versões de configurações, com entre eixos de 2.800mm e comprimento máximo de 5.490 para atender o transporte nos centros das grandes cidades, com a denominação VUC (Veículo Urbano de Carga) e com entre eixos de 3.900 mm, com 7.010 mm, para receber cargas com maior capacidade volumétrica. O modelo tem eixo traseiro com rodado duplo, 2.109 mm de largura, balanço dianteiro de 1.267 mm que possibilita uma maior plataforma de carga e, círculo de viragem de 11,50 mm e de 15,58 mm paras as duas versões, respectivamente.

Já o Cargo 4532e MaxTon, equipado com motor Cummins ISC 320 P5, 8.270cc e potência de 319cv a 2000 rpm, é indicado para tracionar carretas de três eixos. A caixa de câmbio é Eaton, modelo RTLO 14918-B (18 marchas à frente e 4 à ré não sincronizadas). O modelo recebeu poucas modificações em relação ao C 4332e, aplicadas no sistema de freio, e um tratamento especial na coroa e pinhão devido ao aumento da capacidade de carga. Motor e caixa de câmbio são as mesmas da versão anterior.

Cláudio Terciano destaca que o fato do modelo C 4532e transportar praticamente a mesma carga que os concorrentes extra-pesados, porém com economia, principalmente em razão do investimento inicial menor e uma sensível redução dos custos operacionais do caminhão, tornam a nova versão mais competitiva. “Ele oferece ao frotista desempenho, segurança, ergonomia e o conforto exigido para determinados tipos de transporte com um investimento muito mais baixo”, reforça.

De acordo com Oswaldo Jardim, diretor de vendas da Ford, a companhia tem condições de melhorar ainda seu desempenho no mercado de caminhões, embora o momento vivido pelo mercado brasileiro seja muito bom para todas as marcas. Ele destaca que há anos a Ford é vista como uma empresa que vai sair do mercado brasileiro, porém, lembra que a marca está aí, com uma participação acima de 20%. “A economia vai continuar crescendo e temos 200 engenheiros na fábrica que vão prosseguir trabalhando e teremos grandes notícias nos próximos meses. Com certeza vamos saber tirar proveito das oportunidades do mercado”, avisa.

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