Por: Daniela Giopato

Produtos remanufaturados podem resolver satisfatoriamente necessidades do transportador rodoviário de cargas, mas é preciso ter muito cuidado na escolha para não aumentar ainda mais suas despesas ao colocar no caminhão componentes de baixa qualidade. No caso de remanufaturados disponibilizados no mercado por diversas empresas do segmento de transporte, são uma boa opção quando oferecem qualidade e garantia de fábrica.

No caso da caixa de transmissão, por exemplo, o gerente de produtos aftermarket do grupo veículos da Eaton, Francisco Coli, explica que para escolher corretamente um produto remanufaturado o motorista deve observar e certificar se o componente não é recondicionado, pois neste caso o processo não é conduzido pelo próprio fabricante. E sendo assim, os componentes utilizados podem não ser necessariamente originais.

Coli explica que na Eaton o processo de reindustrialização dura três dias, em média. Um dia inteiro para receber o casco, inspecioná-lo e limpá-lo. No segundo dia é feita a desmontagem, seus componentes são lavados individualmente e selecionados caso estejam em condições de reaproveitamento. “Por fim, são solicitadas as peças novas necessárias para a remontagem do casco, o qual após todo o processo é pintado de verde, cor que o identifica como produto remanufaturado”, conclui.

Entre as vantagens para quem adota o produto remanufaturado, consta a redução de tempo do veículo parado, porque a troca da transmissão demora um dia apenas para ser feita. Já a manutenção da caixa demanda de cerca de quatro dias. Outro ponto é o preço em torno de 40% mais baixo que o de uma caixa nova. Coli explica que no caso da transmissão é importante que o profissional verifique a plaqueta com a marca, o número de série e o número original, ambos de fábrica. Já no caso de embreagem e sincronizador, podem ser identificadas pelo logo gravado na peça e também pela caixa de embalagem.

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Montadora aposta nas caixas remanufaturadas

A Mercedes-Benz também disponibiliza a transmissão remanufaturada e explica que a economia para uma original pode girar em torno de 50% dependendo do modelo do veículo. “No momento de uma revisão preventiva, se for verificado qualquer problema relacionado à caixa, tal como ruídos, escape de marchas, vazamento de óleo, por exemplo, é indicada a troca por uma transmissão remanufaturada”, diz Ari de Carvalho, diretor de pós-venda da empresa.

Carvalho ressalta que a durabilidade do componente depende de muitos fatores, principalmente da boa manutenção, respeitando os intervalos de troca de lubrificantes, operação correta e uso, entre outros. Contudo, o ciclo de vida das caixas remanufaturadas se equipara ao da nova, uma vez que todas peças de desgastes são substituídas e o conjunto sai de fábrica testado no mesmo banco de provas em que são testadas as transmissões novas. A Mercedes-Benz dá garantia de 12 meses, sendo três meses mais nove contratuais, com cobertura em todo território nacional, desde que a transmissão tenha sido adquirida em alguma concessionária da rede.

“Se a transmissão for reparada com peças não genuínas, ou através de mecânicos não treinados ou qualificados para tal serviço, o cliente pode sair perdendo com os retrabalhos, falta de durabilidade e principalmente pelo tempo do veículo parado. Por outro lado, se a opção for pelo remanufaturado, o cliente leva qualidade Mercedes-Benz, garantia e uma ótima relação custo/beneficio”, reforça Carvalho. Ele finaliza afirmando que se trata de uma opção mais atrativa do que a retífica devido ao menor tempo em que o veículo fica parado e também ao preço altamente competitivo (DG).