Por: João Geraldo

Todos os Volvo da linha F estão diferentes, sendo as maiores mudanças aplicadas ao FH. Além do design mais aerodinâmico da cabine, com traços que transmitem modernidade, o modelo passou a ser equipado com um pacote de avançada tecnologia de conectividade e chega com a proposta de ser o caminhão mais moderno do mercado brasileiro. Para isso os veículos contam com uma plataforma eletrônica mais inteligente que viabiliza o uso de dispositivos que contribuem para tornar a operação do transporte rodoviário de cargas mais rentável.

Os modelos da nova linha saem de fábrica prontos para receber um sistema que memoriza as inclinações da estrada e diferenças de altitude. Denominado de I-See, o dispositivo é integrado à caixa de marchas automatizada I-Shift e tem como função armazenar em sua memória as informações do relevo para otimizar a troca de marchas e reduzir o consumo de combustível.

LANÇAMENTO_07_FH
Nova cabine do FH, igual à que equipa os caminhões Volvo na Europa, recebeu novos materiais em sua construção e ficou um metro cúbico maior

Na prática, o sistema identifica em tempo real quando o caminhão se aproxima de uma subida ou descida vai controlando a velocidade para evitar trocas de marchas desnecessárias. Em descidas, esta tecnologia pode deixar a transmissão temporariamente na condição “neutro” sem perda de velocidade. De acordo com a engenharia da Volvo, o sistema sabe quando termina a descida e pode aplicar e otimizar o uso do freio motor de modo mais suave. Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo diz que como o diesel deverá continuar sendo a principal despesa do transportador, o I-See certamente ganhará importância no setor.

Também é novidade no FH o aplicativo para smartphones chamado de My Truck, o qual reproduz no aparelho – a qualquer distância – funções exibidas no painel de instrumentos do veículo. Podem ser averiguados os níveis do óleo do motor, combustível e de outros fluidos como do Arla 32, líquido do reservatório de arrefecimento e da água do para-brisa. Segundo Luiz de Jesus, planejador de produto do Grupo Volvo America Latina, o My Truck pode checar
também o status do funcionamento das lanternas e faróis, se as portas do caminhão estão travadas. Se o alarme foi disparado, os usuários recebem um alerta.

A linha FMX oferece motorização na faixa de 370 a 540cv e caixa automatizada que faz as trocas mais rápidas, entre outras novidades
A linha FMX oferece motorização na faixa de 370 a 540cv e caixa automatizada que faz as trocas mais rápidas, entre outras novidades

Outra tecnologia da nova linha é o Dynafleet, o qual possibilita a obtenção de relatório que aponta o perfil do caminhão e também do desempenho de cada motorista, mais avaliação e correções para treinamentos futuros do profissional. Um verdadeiro olheiro, que agiliza também o acompanhamento individual do consumo de combustível e de emissões poluentes do veículo.

Essas funções fazem parte de uma tecnologia mais ampla designada pelo termo conectividade e que está ganhando espaço no segmento do transporte rodoviário de cargas, pois facilita a comunicação entre o caminhão o motorista e outros profissionais envolvidos na operação. “A Volvo está passando para uma nova era no Brasil, a da tecnologia digital, uma nova fase para a empresa e toda a indústria no País”, disse Roger Alm, atual presidente do Grupo na América Latina e que está voltando para a Europa para assumir nova posição no Grupo, em janeiro de 2015.

O pacote de modernização do modelo FM incluiu mudança em todo o sistema de suspensão dianteira, que resultou em melhor dirigibilidade
O pacote de modernização do modelo FM incluiu mudança em todo o sistema de suspensão dianteira, que resultou em melhor dirigibilidade

A nova cabine, mudança mais visível na nova linha FH, recebeu novos materiais em sua construção e também disponibiliza um metro cúbico a mais em relação ao modelo atual. Ainda no âmbito de conforto do motorista, o banco ficou envolvente e confortável; o painel mais ergonômico e os espaços porta objetos com um novo tipo de fechamento. O volante – agora com mais opções de regulagem de altura e profundidade – reúne todas as funções do caminhão e o teto solar é item de série. A cama ficou mais larga e o colchão com maior densidade. Um painel de controle com várias funções na parte traseira da cabine também contribui para o conforto do carreteiro. Outro diferencial é o para-brisa, deixando de ser fixado com borracha no quadro da cabine.

Disponível a partir de janeiro de 2015, a nova linha FH passa a ser oferecida com motorização na faixa de 420, 460, 500 e 540cv de potência, um novo conjunto de suspensão a ar e freio a disco e tambor nas versões 6X2 e 6X4. Isso inclui também a configuração 8X2, de fábrica, com dois eixos direcionais e capacidade para 54,5 toneladas de PBTC, ou 38 toneladas de carga líquida, dependendo do implemento.

O engenheiro Deonir Gasperin explica que o veículo não substitui o 6X4 com bitrem, mas afirma que o conjunto fica mais leve, por isso pode levar carga equivalente. “As composições baseadas num cavalo-mecânico 8X2 têm mercado crescente no Brasil. O transportador é sábio e faz contas”, acrescentou Alexander Boni, gerente da linha F. A Volvo está disponibilizando o 8X2 também com chassi rígido e motorização na faixa de 420 a 540cv de potência, para tracionar composições do tipo romeu & julieta.

Bernardo Fedalto, diretor da área de caminhões, destaca que o novo FH mantém e consolida a posição de melhor caminhão do mercado brasileiro. Ele acrescenta que os profissionais da rede de concessionários receberam mais de 100 mil horas de treinamento para atendimento dos produtos novos.

Na linha FMX, formada por caminhões desenvolvidos para operações em condições severas, uma das novidades é a opção para o motor de 540cv, além das potências de 370cv, 380cv, 420cv, 460cv e 500cv. O modelo pode sair de fábrica também com configurações de tração integral 4×4 ou 6×6 e opção para eixo de 150 toneladas de CMT (Capacidade Maxima de Tração), além da transmissão eletrônica configurada para operações off-road. “A caixa I- hift, que agora equipa o Volvo FMX, faz trocas de marchas mais rápidas. E cabe lembrar que o setor fora de estrada só quer este tipo de equipamento no lugar das caixas mecânicas”, afirmou Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo. “É um novo FMX, com vários atributos que o tornam um caminhão mais vocacionado ainda para aplicações em construção, mineração e cana-de-açúcar”, concluiu Alexander Boni, gerente de caminhões da linha F.

Os caminhões da linha FM também recebeu um pacote de modernização, o qual inclui cabine com design externo atualizado e o interior renovado, com painel e comandos e botões mais ao alcance das mãos do motorista. A suspensão dianteira foi totalmente substituída por um conjunto que inclui nova geometria das molas, amortecedores recalibrados e também a adoção de nova suspensão a ar com freios a tambor.

Glênio Karas, engenheiro de vendas da Volvo, explica que as mudanças melhoraram a dirigibilidade do FM em altas velocidades e tornou a direção mais firme em mudanças de faixas, ultrapassagens e em curvas. Os modelos FM são disponíveis nas configurações de eixo 4×2, 6×2 e 8×2. Entre as novidades consta também o motor com 380cv de potência e um novo eixo traseiro que elevou a capacidade de carga para 65 toneladas de PBTC. O FM é indicado preferencialmente para operar em trechos rodoviários de médias distâncias com produtos que precisam ou podem ser transportados em tanque ou sider.

Nilton Roeder, diretor de estratégia de caminhões do Grupo Volvo América Latina, destaca que a nova linha de caminhões marca mais um salto da Volvo na história do transporte de cargas brasileiro. Ele acrescenta outras novidades introduzidas no FH, como o temporizador de marcha lenta – inovação que ajuda a reduzir o consumo de combustível e o desgaste do motor – e o alternador de alta eficiência, dispositivo para reduzir o consumo e energia do caminhão. “Tudo na nova linha foi pensado para maximizar os benefícios e minimizar gastos desnecessários”, finaliza.