Produzido em Goiás, o Hyundai HD 80 está chegando ao mercado com atrativos como o preço competitivo e um conjunto mecânico forte, entre outras características exigidas para veículos desta faixa de carga

Por João Geraldo

Equipado com trem de força formado por um motor diesel 3.0 biturbo de 4 cilindros e 170cv de potência a 3.500rpm, torque de 40,8 kgfm na faixa de 1.500 a 2.200rpm, sistema EGR (que dispensa uso de Arla 32) e caixa de marchas de 5 velocidades, o Hyundai HD 80 é o lançamento da marca coreana preparado para brigar por uma fatia do segmento de caminhões leves no Brasil. Produzido na fábrica da Hyundai CAOA em Anápolis/GO, o modelo estava previsto para ser lançado em 2014, porém, quando as vendas da indústria de caminhões despencaram, a empresa optou por retardar o lançamento. Com isso o veículo – desenvolvido junto com técnicos da Coréia do Sul – chegou mais atualizado.

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Produzido em versão única, o veículo tem como uma de suas estratégias o preço abaixo de seus principais concorrentes

Com PBT de 8 toneladas e 5.263 quilos de capacidade de carga, e mais uma lista de itens e componentes técnicos que o credenciam a atrair a preferência de transportadores autônomos, frotistas e até órgãos do governo – conforme anunciou porta vozes da empresa -, o  HD 80 tem ainda a seu favor o preço de R$ 118.800 (anunciado como um grande diferencial) e um ano de garantia sem limite de quilometragem e centro de reposição de peças, entre outros quesitos.

Produzido em versão única, o lançamento chegou para substituir seu antecessor para 7.8 toneladas, o  HD 78, do qual foram emplacadas 2.140 unidades. O gerente de engenharia da empresa e responsável pelo HD 80, Alexander Pongrácz, explicou que as diferenças entre os dois veículos vão muito além dos 200 quilos a mais de PBT e dos cavalos e torque a mais do motor. De acordo com ele, são 250 componentes alterados, maior parte deles no trem de força.

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Modelo tem computador de bordo e painel de instrumentos que inclui contagiros redesenhado

Pongrácz destaca também as medidas das rodas e pneus 215/75 R17,5, que passaram a ser no padrão do mercado. “Ponta de eixos, braço de direção, carcaça do diferencial traseiros, entre outros itens também evoluíram no HD 80”, disse Pongrácz. Ele acrescentou que o sistema de suspensão (com novos feixes de molas, amortecedores, e barras estabilizadoras dianteira e traseira) foram redimensionados para garantir conforto e estabilidade em qualquer tipo de operação.  O modelo conta com sistema pneumático de freio, ajustador automático de lonas e ABS.

O sistema de embreagem tem acionamento hidráulico com assistência pneumática, enquanto o reservatório de expansão do líquido de resfriamento está do lado de fora, atrás da cabine, a qual é basculante montada sobre coxins. Aliás, trata-se da mesma cabine, para dois ocupantes além do motorista, que recebeu grade frontal redesenhada em relação ao modelo anterior e a inclusão de faixa na porta. Compõem a parte frontal faróis produzidos em plástico translú­cido e para-choque na cor cinza com faróis de neblina. Do lado de dentro, o painel de instrumentos inclui conta giros e computador de bordo. Ar-condicionado e trava elétrica ficaram para a próxima versão do modelo.

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Com entre-eixos de 3.735 mm (único), o HD 80 pode receber baú de até 5.440 mm, com espaço de 28,7m3, com opções para carga seca, isotérmico e frigorífico; carroceria aberta, plataforma de guincho, cesto aéreo, truck food etc. As capacidades dos eixos são 3.200 kg no dianteiro e 4.800 no traseiro. O gerente nacional de vendas da Hyundai, Uilson Campana, frisa que o veículo tem capacidade de carga similar aos concorrentes e reforça que o grande diferencial do lançamento é o preço. Acrescentou tratar-se de um veículo desenvolvido para aplicações urbanas, que conta com 65% de conteúdo local, podendo ser adquirido via Finame. Entre os itens importados estão caixa de câmbio e chapas da cabine.

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Hyundai CAOA espera vender 600 unidades este ano, apesar de o modelo não disponibilizar ar-condicionado e trava elétrica

Uilson Campana lista os pontos que ele considera importantes diferenciais no segmento de mercado em que o HD 80 concorre (faixa de 6 a 10 toneladas de PBT). Ele relaciona o  motor com sistema EGR (dispensa Arla32), espaço interno da cabine, boa relação de torque, consumo médio de um litro de diesel a cada 6,8 quilômetros e revisão ao custo médio de mil reais até 180 mil quilômetros rodados. Atualmente, a fábrica monta três unidades/dia do novo modelo.

Campana lembrou que a previsão de crescimento do mercado de veículos acima de 3,5 toneladas é de 24% em 2018 e, confiante no novo produto da marca, ele projeta que serão vendidas 600 unidades do HD 80 este ano e outras 900 em 2019.