Por João Geraldo
Fotos Alexandre Andrade
Lançado em abril deste ano, o MAN TGX 29.480 6X4 é o mais recente produto da marca para operações rodoviárias de médias e longas distâncias, tracionando composições com PBTC na faixa de 57 a 74 toneladas de carga. Bitrem e rodotrem, respectivamente. Trata-se de um cavalo-mecânico preparado para disputar espaço no nicho de mercado que reúne caminhões de grande potência, com maior velocidade média e, consequentemente, mais rentáveis, em operações de diferentes segmentos com basculante, baú, carga-seca, graneleiro, silo e tanque entre outros implementos. O veículo começou a ser comercializado em maio com 50% de índice de nacionalização. A meta da MAN Latin America ter toda a linha TGX com 60% de conteúdo local até o final de 2015.
Capacitado para atuar numa faixa de mercado em que os transportadores são mais exigentes em relação aos produtos que se propõem a atender suas demandas, o MAN com motor de 480cv passou a ser o top da linha pesada da marca.
Até o início deste ano, a MAN Latin America tinha como modelo mais potente de sua linha de produtos o TGX 440 e a versão de 480cv, que chegou para inserir a montadora num segmento de mercado em crescente evolução e do qual a empresa estava fora. Entre 2010 e 2014, a participação de mercado de cavalos-mecânicos 6X4 com potências acima de 460cv subiu de 32% para 47%. Neste cenário, o novo TGX chegou pronto para concorrer no segmento em que a alta potência é apenas um dos requisitos mais importantes para os operadores. Isso porque, a rentabilidade vem também de outros detalhes do veículo, como o conjunto mecânico do trem de força e o que o veículo disponibiliza em termos de conforto para o motorista para ser um profissional mais eficiente e valorizado.
O MAN 29.480 tem tudo isso bem definido e demonstra eficiência em seu conjunto mecânico, acabamento e itens de conforto para o motorista. Essa é a constatação da equipe da revista O Carreteiro, que rodou com uma unidade cedida pela fábrica, atrelado a semirreboque bitrem graneleiro lastreado no peso de balança (57 toneladas de PBTC). O cuidado e a preocupação da montadora em oferecer um produto que atenda às expectativas dos transportadores se torna evidente ao rodar com o veículo. Em termos de produto, o veículo nada deve aos principais concorrentes fabricados no Brasil.
O motor, por exemplo, atinge potência máxima de 480cv, com torque de 2.400Nm na faixa de 1.000 a 1.400rpm e dá conta do recado com tranquilidade. Suas características técnicas, como o sistema de injeção Common-rail garantem respostas rápidas mantêm a velocidade média do veículo em rampas. É silencioso e sua performance permite pouco uso do acelerador nas saídas (cerca de 30%).
Esse engenho, da geração D-26 – mais eficiente e com menos componentes – esbanja potência e torque. No trecho da Serra do Mar (via Anchieta/SP), a composição venceu a subida em velocidade média de 45 Km/hora, 1.350rpm com o pedal do acelerador na metade do curso. O motor conta com sistema auxiliar de freio de 390cv de potência de frenagem, com controle eletrônico (EVBec), que reduz o uso do freio de serviço, os quais são a tambor com ABS e EBS, sistema eletrônico que aumenta a segurança.
A caixa de transmissão é a ZF TipMatic, automatizada de 16 velocidades, preparada para as condições de operação nas rodovias do Brasil, resultou em um bom “casamento” com o motor. Com a denominação ZF 16AS 2630 OD, demonstra bom escalonamento das marchas e efetua as trocas no momento certo e de modo suave, sem qualquer tranco. Caso queira, o motorista pode dirigir no modo manual e fazer as trocas com os dedos. Outro recurso é o assistente de rampa. Para completar o trem de força, o eixo traseiro com relação 3,70:1 sem redução nos cubos, característica que contribui para a economia de combustível. O entre eixos do modelo é de 3.600mm + 1.400mm.
Ao observar o veículo pelo lado de fora, chama atenção o desenho limpo, aerodinâmico e moderno da cabine, com tomadas de ar embutidas. Outros detalhes que favorecem o arraste do veículo são o protetor de degraus (item de série) e os dois espelhos ocupando uma capa única. O sistema de iluminação conta com faróis de milha e neblina na parte de baixo e tira de lâmpadas de LED no farol.
A cabine XLX (leito teto alto) tem dimensão interna que permite boa movimentação. Os destaques ficam por conta da altura de 1,94m do chão ao teto, do piso plano (o túnel do motor tem degrau de 12cm) e a cama de 2,20m de comprimento por 0,79cm de largura e colchão de boa espessura. Um destaque é a facilidade de acesso à cama.
O conforto da suspensão a ar apoiada nos quatro cantos da cabine é sentido imediatamente após o veículo ser colocado em movimento. A engenharia da MAN chegou a uma calibragem das bolsas de ar na qual a cabine ficou estabilizada sem ser mole demais. Os retrovisores angulares, de meio fio e frontal – com ajuste elétrico – ajudam a aumentar a visibilidade, assim como a janela (vidro) atrás da porta.
Os comandos são todos no volante, bem próximos das mãos e o painel de instrumentos é interativo completo. Dá todas as informações necessárias ao motorista, inclusive do nível do tanque de Arla-32, cuja capacidade é de 675 litros. O banco do motorista – com cinto de segurança integrado – tem apoio de braço e 10 diferentes ajustes, além dos mais comuns que são do assento e da inclinação do encosto. O quebra sol se divide em frontal e lateral e a cortina envolvente em toda a cabine garante mais privacidade.
O MAN 29.480 sai de fábrica com sistema de ar-condicionado é digital, preparação para climatizador e para aparelho PX. O sistema de iluminação interno é prático e eficiente, com luzes de leitura independentes para motorista e passageiro, de condução noturna, cama, degraus e telescópica, entre outras. Como em outros modelos estradeiros, o interior da cabine tem porta objetos e vários nichos e gavetas, totalizando mais de 30 espaços. O motorista conta também com dois cestos para lixo, portas garrafa, copo e óculos. Outros itens de conforto são rádio com CD Player (MP3), trava das portas tem acionamento elétrico.
