Revista O Carreteiro – Os resultados obtidos na F-Truck nos últimos dois anos foram bastante positivos para a imagem da marca Volkswagen no mercado de caminhões. Qual a importância deste segundo título de campeã para os negócios da empresa?
Ricardo Alouche – A importância é muito grande. Consolidamos nas pistas a importância que a Volkswagen tem para as nossas estradas e clientes. Vencemos o Campeonato de Pilotos em 2006 e em 2007, fomos a marca que conquistou pela primeira vez na história os dois campeonatos juntos: Marcas e Pilotos. E além de toda essa imagem, o relacionamento é uma grande ferramenta que exploramos na F. Truck. Entre área VIP e arquibancada, levamos mais de 6.000 clientes, fornecedores e parceiros para curtir de perto as emoções da F- Truck em 2007.

O Carreteiro
– Como em toda competição, é normal se sobressair quem tem algo mais que os adversários. Das nove corridas realizadas durante o ano de 2007, cinco delas foram vencidas por caminhões Volkswagen. Até que ponto estes resultados podem ser usados como argumento de vendas?
Ricardo Alouche – Podem ser convertidos de maneira muito efetiva. Logo após a vitória antecipada lançamos uma campanha de larga escala intitulada “Se é pra ser campeão, ou você tem um Volkswagen ou tenta alcançar um”. As vitórias mostram também a robustez e confiabilidade dos nossos produtos em condições severas de utilização, pontos que os clientes dão muita importância. Somando as vitórias na F- Truck ao relacionamento que criamos com os clientes durante as corridas, as vendas ocorrem naturalmente.

O Carreteiro – No campo do desenvolvimento de produtos, qual o proveito que a engenharia tira deste resultado positivo nas pistas para transferir para os produtos em desenvolvimento ou na linha de produção?
Ricardo Alouche – Para a Volkswagen, este envolvimento Engenharia com equipe e corridas é uma troca muito constante. Trazemos soluções da fábrica para os caminhões de corrida e também levamos soluções desenvolvidas nas pistas para dentro da fábrica. Não posso abrir exatamente, mas posso dizer que em 2007 trouxemos algumas soluções testadas nas pistas em 2006 para a fábrica e deu muito certo.

O Carreteiro – A competição na pista de corrida é uma ação muito diferente da briga no mercado pelo cliente que compra caminhões. Esse tipo de investida pode ser perigosa, caso os resultados na pista não sejam os esperados?
Ricardo Alouche – Não nos preocupamos com isso, porque fazemos um trabalho que não visa apenas vencer as corridas. Queremos ter uma equipe estável, bom relacionamento com os pilotos, comunicação da marca efetiva, muita organização e profissionalismo. Com tudo isto bem alinhado, os bons resultados são apenas uma
conseqüência. Ganhar as corridas ajuda, mas aproveitamos os momentos para estreitar o relacionamento com os clientes, que é o mais importante.

O Carreteiro – Como e de que tamanho é a estrutura da Volkswagen hoje na F-Truck?
Ricardo Alouche – Em 2007 participamos com duas equipes, uma oficial e uma semi-oficial, totalizando seis caminhões. Da parte da fábrica, temos o envolvimento constante das áreas de Marketing, Engenharia, Vendas e também de nossos concessionários nos locais das provas.

O Carreteiro – Ela será mantida em 2008 após o bicampeonato?
Ricardo Alouche – Estamos em fase de renovação de contrato com a equipe principal e estudando as possibilidades para uma segunda equipe. Queremos continuar andando na frente.

O Carreteiro – Qual a participação dos engenheiros da empresa no desenvolvimento dos caminhões de corrida?
Ricardo Alouche – É muito importante. A Engenharia VW, desde que se envolveu no evento, em 2005, foi um grande diferencial. É um acompanhamento constante que não conta só com as provas e sim com visitas à oficina das equipes e também participação nos treinos.

O Carreteiro – A Volkswagen tem plano de colocar o motor de 370cv na pista da F-Truck já na temporada 2008 ou prefere continuar apostando no conjunto mecânico que se mostrou muito eficiente durante 2007?
Ricardo Alouche – O investimento e todo o desenvolvimento que fizemos nos últimos três anos foi em cima do motor 320cv e por isso por enquanto vamos mantê-lo. Isso não quer dizer que não podemos pensar futuramente em utilizar o 370cv, mas neste ano ainda utilizaremos o 320cv.

O Carreteiro – Algo mais que gostaria de acrescentar?
Ricardo Alouche – Sim, apesar de já terem sido feitas inúmeras homenagens, gostaria mais uma vez de deixar um profundo agradecimento ao nosso colaborador Fabinho, que infelizmente partiu no último ano e sempre foi um grande incentivador da F- Truck. Valeu, Fabinho.

“…os bons resultados são apenas uma conseqüência. Ganhar as corridas ajuda, mas aproveitamos os momentos para estreitar o relacionamento com os clientes, que é o mais importante.”