Por João Geraldo

Criada em 24 de julho de 1928, a Polícia Rodoviária Federal está completando 84 anos de atuação com a missão de fiscalizar diariamente mais de 60 mil quilômetros de estradas federais. A PRF, como também é conhecida, está presente em todo o território nacional através de 21 superintendências regionais; cinco distritos; 150 delegacias e 400 postos de fiscalização. No Estado de São Paulo, a 6ª Superintendência possui sob sua jurisdição 1.067,6 quilômetros, divididos em sete rodovias federais, entre as quais a maioria atravessa por dentro de grandes municípios.

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Palestras da PRF procuram conscientizar carreteiros sobre comportamento no trânsito, cidadania e segurança entre outros temas

Além de manter a segurança e bem estar dos usuários das rodovias, procurando inibir infrações ao Código de Trânsito Brasileiro, através da fiscalização, é também atribuição da PRF prestar serviços contra o tráfico de armas, de drogas, assaltos, tráfico e exploração de pessoas, crimes ambientais e pirataria, entre outros, como também promover e participar de projetos de educação de trânsito.

De acordo com informações da 6ª Superintendência, as maiores dificuldades encontradas atualmente pela PRF para manter as estradas menos violentas, no que diz respeito ao tráfego de veículos, estão relacionadas à formação do motorista e também às suas atitudes no trânsito. Uma das explicações é que em sua formação o profissional não é preparado para enfrentar o trânsito em rodovias e este seria, muitas vezes, um causador de acidentes, por ele não saber diferenciar o trânsito urbano do rodoviário.

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Ainda de acordo com a PRF, o motorista brasileiro só respeita o limite de velocidade onde tem radar e não fala ao celular somente onde há fiscalização, atitudes que colocam em risco a sua vida e a de outras pessoas. Em resumo, o motorista respeita apenas a punição. Embora seja um elemento inibidor, sozinha a punição não resolverá os problemas do trânsito, porque longe da fiscalização o que resolve mesmo é a educação, atitude e consciência do motorista. E essa educação torna-se eficiente quando é realizada através de palestras e campanhas educativas, pois são ações que permitem mostrar que as regras não foram criadas simplesmente para punir, mas se forem cumpridas as estradas e as viagens serão mais seguras e com menos acidentes.

Entre os trabalhos realizados atualmente nas rodovias para conscientizar motoristas sobre o comportamento correto no trânsito e também em relação ao uso de drogas, bebidas e até o cinto de segurança, é o Cinema Rodoviário. Trata-se de um projeto presente em quase todos os Estados brasileiros, que consiste em palestras realizadas nos próprios postos de fiscalização. Com apresentação de vídeos que demonstram situações de risco, nas quais a mudança de atitude do motorista pode fazer a diferença entre a ocorrência ou não de um acidente.

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Atualmente motoristas já param nos postos da PRF, procuram conversar e tirar dúvidas, mas muitos ainda têm receio

O relacionamento entre policiais rodoviários e motoristas de caminhão muitas vezes são de amizade e parceria, pois são comuns os casos em que avisam os policiais sobre acidentes, animais na pista e outras ocorrências. Porém, existem também os conflitos, mas a própria PRF reconhece que tem evoluído e buscado uma postura mais cidadã e próxima dos usuários das rodovias, porque tem o carreteiro como seu principal parceiro na estrada.

O motorista vê coisas que não estão mais acontecendo quando a viatura chega ao local. Além disso, os motoristas são considerados como importantes agentes no combate à exploração de crianças e adolescentes. Neste aspecto, os policiais têm procurado conscientizar os carreteiros a não darem carona e informarem o posto em casos de situações suspeitas. Ainda de acordo com informações da 6ª Superintendência da PRF, atualmente existem muitos motoristas de caminhão que param e procuram tirar dúvidas e conversar, porém outros ainda têm receio, mas afirma que está se trabalhando para que os postos policiais sejam locais onde o carreteiro encontra policiais cidadãos que estão ali para servir e proteger.