Dois novos motores – mais modernos e eficientes – um modelo de 620cv para tracionar rodotrem de 91 toneladas de PBTC e uma  família de pesados fora de estrada, com maior capacidade de carga útil e vários diferenciais, são novidades da Scania para enfrentar a nova fase de recuperação do mercado brasileiro de caminhões

Por João Geraldo

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O rodoviário R 450, acima, que começou a ser vendido na Fenatran, chegou com potencial para subistituir a atual versão de R 440cv

O tripé formado por conectividade, sustentabilidade e rentabilidade encabeçaram as ações da Scania na Fenatran apresentadas aos clientes da marca, transportadores e ao público em geral. Especificamente no que diz respeito ao produto caminhão, a empresa destacou os cavalos mecânicos com os novos motores de 450 e 510cv potência; o cavalo mecânico R 620, um 6X4 com motor V8 de 620cv desenvolvido para tracionar o super rodotrem de 91 toneladas de PBTC, e a linha Heavy Tipper, formada por caminhões off road desenvolvidos para operar em mineração e outras condições severas. Os pacotes de serviços conectados e o programa de manutenção da marca, com planos flexíveis, também fizeram parte do pacote de novidades preparadas pela montadora para o mercado.

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Já o R 510 tem a missão de ocupar espaço entre os modelos de 480cv, com motor em linha, e o R 560cv com propulsor V8

Dois modelos estradeiros da Scania têm como principal diferencial os novos motores de 13 litros com seis cilindros em linha. Um deles é a versão com 450cv, que atinge potência máxima a 1.900 rpm, com torque de 2.350Nm disponível na faixa entre 1.000 e 1.300 rpm. Já o motor de 510cv tem seu pico de potência a 1.900 rpm e torque máximo de 2.550Nm na mesma faixa de rpm do propulsor de 450cv.

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Eronildo Santos acredita que os clientes da Scania perceberão rapidamente as vantagens trazidas pela nova motorização

O diretor de desenvolvimento de negócios da Scania do Brasil, Eronildo Santos, justificou que as duas novas opções de potências estão chegando para com­ple­mentar a atual linha rodoviária da marca comercializada no País. Ele destacou que os novos propulsores consomem até 5% menos combustível do que os modelos com os motores atuais.

Os dois novos motores chegam para ampliar a linha estradeira de 13 litros da marca que já contava com as versões de 360cv, 400cv, 460cv e 480cv. Os modelos rodoviários atendem ao transporte de cargas refrigeradas, cargas líquidas, perigosas (ga­ ses, combustíveis e líquidos inflamáveis), contêiner, graneleiro e cegonha. Eronildo lembra que todos os motores são compatíveis com as configurações de eixo 6X2 e 6X4, além das cabines R Highline e Streamline.

FORA DE ESTRADA 

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O R 620 6X4 é o modelo apresentado pela Scania para operação no transporte de cana-de-açúcar em composição rodotrem de 11 eixos e 91 toneladas de PBTC

Atenta às operações do setor canavieiro, a Scania apresentou também o R 620 6X4, batizado pela empresa de Super Rodotrem, em alusão ao rodotrem para 91 toneladas e 11 eixos (oito eixos do semirreboque articulado mais três do cavalo mecânico), autorizado para trafegar com 91 toneladas de PBTC.  Eronildo Santos explica que esse lançamento faz parte de uma nova fase dos motores V8. Na própria Fenatran a Scania fechou a venda de 12 unidades para a Usina São Martinho. “Fazer a primeira venda para uma gigante do setor na América Latina comprova que temos o produto ideal para atender a necessidade de maior capacidade de transporte dos clientes”, acrescentou o executivo.

MINERAÇÃO

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Um dos diferenciais do Scania Heavy Tipper é carregar até 25% a mais de carga líquida em relação à atual linha para mineração da Scania

A nova linha de caminhões off road da Scania, batizada de Heavy Tipper (basculante pesado), ostenta como um dos seus principais diferenciais a capacidade para transportar 25% a mais de carga líquida em relação aos modelos atuais. Isso significa subir, no mínimo, das atuais 32 para 40 toneladas, elevando para 58 toneladas de PBT do veículo.

O gerente da área de mineração da Scania do Brasil, Fabricio Vieira, afirmou que os caminhões dos concorrentes oferecem 32 e 48 toneladas de PBT, no máximo. Estamos inovando, criando um nicho”, acrescentou.

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Fabrício Vieira ressaltou que os caminhões dos concorrentes oferecem de 32 a 48 toneladas de PBT, enquanto o Heavy Tipper chega a 60 toneladas

Produzido com motor de 480cv, o modelo tem como uma de suas novidades novidade o bogie para 36 toneladas (eixos direcionais de 11 toneladas) e redutor de cubo nas relações finais 5,13, 6,43 e 7,63, que permitem capacidade máxima de tração de tração (CMT) de até 210 toneladas. A maior do mercado, segundo a fabricante. A caixa de marchas automatizada Opticruise GRS935 de 14 velocidades é nova e tem 40% a mais de resistência.

Outras novidades do modelo são o novo sistema de troca de peças, a conectividade e os programas de manutenção da marca. Atualmente a Scania detém 33% de participação no mercado de mineração e tem como objetivo chegar aos 45%, alavancada pelo novo produto. Vieira acredita que o Heavy Tipper e suas soluções terão suas vantagens percebidas pelo cliente rapidamente. “O mercado vai se surpreender com essa novidade da Scania”, afirmou.

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De acordo com ele, em comparação com a atual linha da marca para mineração, o novo produto reduz em até 15% o custo por tonelada transportada e tem em até um ano a mais de útil na operação. Ainda pelas suas contas, o Heavy Tipper eleva em até 5% a disponibilidade da frota e pode proporcionar até 10% de economia de combustível por tonelada transportada. Ressalta, entretanto, que isso tudo está aliado ao pacote de serviços oferecido, o qual conta com treinamento de motoristas, sistema de trocas de peças, conectividade e programas de manutenção desenvolvidos especialmente para o segmento.

Os serviços conectados da marca também estão disponíveis para o novo produto. Na compra do veículo já estão inclusos o pacote Desempenho, gratuito por um ano, que permite a leitura e a identificação de dados de operação de modo detalhado, tanto para informação do veículo quanto do motorista, de forma individual.

Em relação à vendas do novo produto, Vieira destaca que em 2012 e 2013 houve um grande movimento de compras de caminhões para a mineração. Considerando que geralmente a vida útil do veículo nesta operação é de três anos, a idade média da frota de mineração encontra-se muito alta e com elevado custo operacional. Em sua opinião chegou a hora dos clientes renovarem as frotas. Pelas suas estimativas, há um potencial represado de no mínimo 1000 unidades. A Scania oferece aos clientes de mineração cinco programas de manutenção, personalizados conforme suas necessidades após estudo.