Por Elizabete Vasconcelos

Em 2012, o Brasil deverá consumir cinco milhões de metros cúbicos do diesel S-50 (com 50 partes por milhão de enxofre), necessário para atender os caminhões que sairão de fábrica a partir de janeiro de 2012. Esta é a estimativa da Petrobras Distribuidora, que garante também estar preparada para suprir esta demanda.

A distribuição do combustível será feita, a princípio, por meio de 900 postos da rede BR, situados aproximadamente a 400 quilômetros de distância um do outro. Segundo José Lima Neto, presidente da Petrobras Distribuidora, esta rede permitirá que os motoristas abasteçam tranquilamente seus caminhões.

Tanque de ARLA 32 e catalisador são partes do sistema de Redução Catalítica Seletiva, que faz o tratamento dos gases no escapamento do veículo
Tanque de ARLA 32 e catalisador são partes do sistema de Redução Catalítica Seletiva, que faz o tratamento dos gases no escapamento do veículo

No entanto, o executivo ressalta que o número de postos de venda também se expandirá conforme o crescimento da demanda. Questionado sobre o valor de comercialização do diesel mais limpo, José Lima Neto destaca que projeções da Petrobras estimam que o S-50 terá o custo por litro de R$ 0,06 maior que o S-500.

Conforme números da estatal, atualmente 66% de todo o óleo diesel comercializado no País se refere ao S-1800 (considerado o mais poluente disponível no mercado), 28% ao S-500 e apenas 6% ao S-50. No futuro, mais precisamente em 2020, esta demanda deverá ser de 60% de diesel S-10 (que deverá ser introduzido no mercado a partir de janeiro de 2013) e 40% do diesel S-500.

Diesel S-50 é o combustível indicado para os motores preparados para a legislação Conama P-7, em vigor a partir de janeiro de 2012 no Brasil
Diesel S-50 é o combustível indicado para os motores preparados para a legislação Conama P-7, em vigor a partir de janeiro de 2012 no Brasil

Uma novidade da companhia em relação ao Proconve P-7 será que ela também produzirá o ARLA32 (Agente Redutor Líquido), necessário em veículos que utilizem o sistema SCR (sigla em inglês para Redução Catalítica Seletiva). Nomeado de Flua, o agente ainda não possui valor de comercialização estabelecido, no entanto, a estatal estima que o litro do produto custará aproximadamente R$ 2,00 ou R$ 3,00.

Para atender a essa demanda a companhia afirma ter investido R$ 32,8 bilhões – entre os anos de 2005 e 2010 – para modernizar seu parque de refino, sendo R$ 16,6 bilhões dedicados exclusivamente para a produção do diesel com baixo teor de enxofre. Além disso, segundo a estatal, entre 2011 e 2015, ainda serão destinados R$ 29,2 bilhões para a modernização das refinarias. Deste montante, R$ 21,8 bilhões serão aplicados no programa de qualidade do diesel. Atualmente o Diesel S-50 é produzido nas refinarias de Paulínia/SP, Henrique Lage/SP, Duque de Caxias/RJ e Gabriel Passos/MG. No primeiro trimestre de 2012, a companhia também produzirá o S-50 nas refinarias de Capuava/RJ, Laudulpho Alves/BA e Presidente Getúlio Vargas/PR.

Outro investimento realizado pela companhia destinou-se à produção do Flua. Segundo números divulgados, foram investidos R$ 105 milhões na unidade de produção do agente em sua fábrica de fertilizantes, em Camaçari/BA. A produção em escala comercial do produto foi iniciada em outubro de 2011, com capacidade para 63 mil metros cúbicos e chegará a 200 mil m³ em outubro do próximo ano. “Sabemos que nossa capacidade é menor do que o mercado deve absorver, mas garantimos que haverá o Flua, pois se houver necessidade importaremos o produto”, garante Lima Neto. Segundo projeções da empresa, haverá uma demanda de 40.000 metros cúbicos de Arla32.

FASE ATRASADA
O nosso Proconve P-7, legislação de emissões equivalente à norma Euro 5, a qual encontra-se atualmente em vigor na Europa, pulou uma fase, o Proconve P-6 (equivalente ao Euro 4), que deveria ter entrado em vigor em janeiro de 2009, mas foi empurrada para 2012. O motivo da mudança teria sido um impasse entre a Petrobras e as montadoras de caminhões, no qual de um lado uma disponibilizaria o combustível adequado se as fábricas tivessem os motores prontos para atender à norma. Estas, por sua vez, teriam condicionado a montagem de veículos com motores Euro 4 ao fornecimento do diesel adequado, numa queda de braço em que os dois lados ganharam tempo. Enfim, ficou acertado que o programa seria adiado para janeiro de 2012, porém um passo à frente, o Proconve P-7 (JG)