A internet nunca esteve tão presente no dia a dia do motorista de caminhão. Com a pandemia, os caminhoneiros passaram a utilizar mais os aplicativos para facilitar o dia a dia e, como consequência, também manter o distanciamento.

Mas quais são os hábitos dos caminhoneiros e o que buscam nas redes sociais? Quais são as barreiras ainda impostas pela tecnologia digital, e também outros pontos que contribuem para formar o perfil desse profissional dos dias de hoje, num ambiente em que quase 100% dos profissionais utilizam Smartphone.

Essas questões e muitas outras foram apuradas na pesquisa Retrato do Motorista de Caminhão, em trabalho realizado pela SK Cia da Informação em parceria com a Revista O Carreteiro.

Os pesquisadores ouviram motoristas de nove Estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, cuja faixa etária apontou idade média de 43 anos dos profissionais entrevistados, considerando motoristas autônomos e empregados. Já o tempo médio de atuação na profissão é de 19 anos, embora 15% dos profissionais em atividade estejam na profissão entre 30 e 40 anos e 5% a mais tempo.

Entre os autônomos, 65% têm CNH categoria E e 71%  disseram estar com o  caminhão quitado; 27% pagam financiamento e 3% trabalham com veículo arrendado. Já entre os empregados, 85% têm CNH categoria E. 

Miguel Justakovski Foto Claiton Dornelles 8
Autônomos e empregados se beneficiam da Internet, tanto no âmbito profissional quanto pessoal

O trabalho de campo realizado pela SK mostrou o quanto a telefonia móvel e a internet estão presentes na rotina de praticamente todos os motoristas de caminhão. De acordo com a pesquisa, 95% dos  motoristas entrevistados utilizam smartphone, sendo que 91% acessam a Internet de onde estiverem pela conexão 3 ou 4G.  e a maioria (53%) têm planos pós-pago.

Seja autônomo ou empregado,  100% utilizam o WhatsApp para conversar e se comunicar; 83% assistem a vídeos e 69% acessam redes sociais. Na estrada, 46% utilizam redes de Internet dos postos de serviço ou outros locais de paradas. O acesso é maior (90% dos entrevistados) durante as esperas para carga ou descarga. Nos postos de serviço e locais de parada esse índice atinge 89%. Em casa, 61% disseram ter conexão Wi-Fi e 85% visitam  habitualmente as redes sociais.

A pesquisa mostrou também que 61% dos motoristas de caminhão acessam portais de notícias, sendo que 44% procuram por assuntos ligados à profissão e ao setor de transporte rodoviário. Já em relação aos aplicativos de frete, 42% confirmaram que utilizam esse recurso para conseguir carga.

Sistema Castello Raposo 33

wifiApesar da ação dos sistemas de rastreamento e vigilância proporcionada atualmente pela tecnologia e conectividade, 73% dos pesquisados concordam que a liberdade ainda é o que há de melhor na profissão. Já a pior  parte apontada é a insegurança nas estradas, conforme resposta de 94% dos motoristas.

A falta de apoio e de locais seguros de paradas de descanso, a péssima condição de conservação das estradas e a constante preocupação com assaltos e hostilidade de policiais são os problemas mais citados. Os motoristas destacaram também a falta de fiscalização sobre condutores de veículos de passeio que não cumprem as regras de trânsito.

appsDos profissionais pesquisados, somente 10% concordam que a profissão é respeitada, enquanto, para 84% na visão da sociedade muitos caminhoneiros são drogados, mentirosos e aproveitadores. Porém, não faltam motoristas defendendo que se houvesse respeito a categoria seria mais unida. Ainda de acordo com o trabalho da SK,  a imagem denegrida do caminhoneiro é provocada por 10% dos profissionais.

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Frequência acima de 60% nas redes sociais aponta também a busca por assuntos ligados ao segmento do transporte rodoviário de cargas

Durante a pesquisa motoristas citaram a falta de respeito de policiais demonstrada em forma de truculência e inflexibilidade durante as abordagens e em casos de acidentes com caminhão, nos quais a culpa é automaticamente atribuída ao caminhoneiro. Outro ponto destacado pelos motoristas é a falta de apoio – tanto na estrada quanto nas empresas – no momento da carga ou descarga.

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