A liberação do 4º eixo nos implementos está em debate a muito tempo no Brasil. Talvez por esse motivo, a recente publicação da Resolução 882, de 13 de dezembro de 2021, trouxe tantas questões.

Quais as vantagens dessas liberações? O quanto o quarto eixo pode afetar a malha rodoviária? Até que ponto o cavalo mecânico 6×2 será vantajoso nesse tipo de composição e também no conjunto bitrem? Qual a real redução de custo que essa composição pode proporcionar e como deverá a ficar sobre o comprimento mínimo da carreta de quatro eixos?

Um dos principais pontos é o motivo que levou os órgãos a liberarem o uso em veículos 6×2. De acordo com a Associação Nacional de Implementos Rodoviários (Anfir), em 2011 não houve proibição do uso do 6X2 mas sim a determinação do uso do bitrem com caminhão 6X4. Toda resolução para uso de equipamento leva em consideração um conjunto de fatores que envolvem a segurança do transporte rodoviário de cargas, a prioridade em todas as discussões. Ainda conforme explica a associação, as especificações técnicas foram revistas e melhoradas de forma a termos um resultado final melhor e dentro dos princípios de segurança que orientam os estudos.

Outro fator bastante questionado está ligado a segurança desse tipo de implemento. Segundo a Anfir a norma atual é fruto de meses de estudos, consultas públicas e testes promovidos pelo Contran. Como nas demais normas existentes, a 882 foi debatida em seus mínimos detalhes na Comissão Técnica ANFIR. Portanto quaisquer especificações técnicas contidas na norma foram tecnicamente estudadas e avaliadas de forma a tornar tudo seguro para o transporte de carga. São esses testes que garantem a segurança do chassi e demais itens do produto. É importante relatar que a norma vale para os implementos novos a partir da publicação da resolução.

E os semirreboques nessa configuração que já rodam no Brasil?

Até a resolução 882, a legislação vigente não permitia rodar com o quarto eixo. Sendo considerado irregulares pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Entretanto, estima-se que cerca de 10 mil semirreboques nessa configuração estejam rodando pelas estradas brasileiras.

Ainda não se sabe como esses veículos serão regularizados já que a maioria são eixos simples, não são autodirecional e a suspensão muitas vezes são mecânicas. Todos esses fatores provocam desgaste grande dos pneus e acaba sendo prejudicial a malha rodoviária.

A Resolução 882 conforme explica o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), José Carlos Spricigo, permite uma nova configuração com quarto eixo, distanciado dos três eixos. Além disso, traz a necessidade de ser pneumático e autodirecional e, como consequência, um custo adicional em relação a um eixo fixo.

A Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) está elaborando um normativo com os requisitos técnicos de segurança, para tornar possível a modificação/adaptação dos veículos semirreboques em circulação para a configuração de 4 eixos.

https://www.ocarreteiro.com.br/28-quais-os-impactos-da-liberacao-do-bitrem-e-o-4o-eixo-no-6×2/